O Internacional postou recentemente em suas redes sociais uma postura política incomum no futebol brasileiro. O dia 1º de abril deste ano marcou o sexagésimo aniversário de seu próprio golpe militar, e o colorado se posicionou, junto de outros dois times: Vasco e Bahia, demonstrando o silêncio preocupante dos outros clubes da Série A brasileira. Confira o post abaixo:
E, por conta desta postura, alguns torcedores ficaram incomodados com o posicionamento adotado, algo perceptível no próprio post feito no X (antigo Twitter). Desta forma, alguns jornalistas trataram de comparar a diferença de perspectiva política de torcedores brasileiros e argentinos. Os hermanos relembraram no último dia 24, os 48 anos do golpe militar dado por lá.
Internacional é um dos poucos a relembrar o golpe de 64
Nas reclamações dos torcedores, alguns alegam que o clube não deveria “lacrar”, tampouco opinar sobre a política brasileira. Alguns inclusive chegaram a afirmar que jogadores do elenco estavam incomodados com o post. No entanto, nenhum jogador se posicionou sobre o caso.
Este incômodo entre alguns torcedores ressalta as discrepâncias culturais e políticas vividas não só no Brasil, mas também em comparação com os argentinos. Além disso, reflete a relutância do mundo do futebol brasileiro em engajar-se com questões de natureza política e social.
Enquanto na Argentina, clubes como Boca Juniors, River Plate e Independiente se posicionaram firmemente em memória às vítimas da repressão militar, no Brasil, somente três equipes se manifestaram publicamente contra os ecos de sua própria ditadura.
Por fim, é nítido que alguns torcedores acreditem que o futebol esteja descolado da realidade política e social do Brasil, acreditando em uma neutralidade. No entanto, o Inter, que é conhecido como o “clube do povo”, fez jus ao seu apelido, demarcando seu posicionamento, a despeito de alguns torcedores.