Não foi apenas por dinheiro. A greve dos jogadores na manhã de quarta-feira, que fez com que o treino marcasse para aquele horário não acontecesse, foi também a sinalização de uma ruptura na confiança entre jogadores e direção. Uma fala do vice de futebol Emílio Papaléo Zin, descontentou os jogadores já na manhã de quarta. O episódio foi o estopim para todos os acontecimentos.
Papaléo, respondendo ao repórter Juliano Machado, da Rádio Inferno, afirmou que não haviam valores devidos pelo Inter ao grupo de jogadores. Esta declaração pegou mal entre as lideranças do grupo. O que fez com que Taison chegasse bastante indignado ao CT. Foi através dele e de outras lideranças, que se iniciou o movimento de liberar jogadores do treino, enquanto não houvesse o pagamento do valor devido.
A greve gerou, na quarta-feira, um racha no elenco. Jogadores mais experientes que levantaram o boicote não tinham a concordância de todo o grupo de jogadores. Isto fez com que houvesse discussão. Entretanto, ao fim da noite, todos concordaram em postar a nota oficial, que desmentia a versão da greve. A nota fez parte do acordo construido no vestiário do CT entre jogadores e dirigentes, na tarde do episódio.
Sobre a declaração de Papaléo, não houve maiores repercussões. Aparentemente, este assunto foi zerado no vestiário. O que não significa que as relações tenham se tornado ótimas entre o dirigente e o grupo de jogadores. De qualquer maneira, o relato do treinamento de quinta, apresentou um ambiente mais leve. Em tom de normalidade, nem parecia que horas antes, o clima era de tensão e absoluta indignação por parte de algumas lideranças.