O atacante Felipe Pires, do Juventude, disse ao árbitro que ouviu um xingamento com conotação racial durante a partida contra o Internacional. O atleta alegou que escutou um grito de “cala a boca, macaco” vindo das arquibancadas.
Os seguranças do Colorado retiraram uma pessoa da arquibancada logo após a acusação. O jogador do Juventude e o torcedor do Internacional prestaram depoimento no Juizado Especial Criminal (Jecrim) do Beira-Rio. A situação será investigada.
Em nota oficial, o Inter repudiou o episódio de injúria racial e afirmou que o responsável foi identificado e retirado das arquibancadas do estádio.
A situação ainda terá avanços na Justiça nas próximas semanas, mas a tendência é que o Colorado não sofra com a perca de pontos no Brasileirão. Caso o racismo seja confirmado, foi apenas um torcedor que disse e isso não é suficiente para punir o clube.
O caso é diferente, por exemplo, de quando os torcedores do Grêmio ofenderam o goleiro Aranha na Copa do Brasil.
CBF faz proposta de perda de pontos para caso de racismo
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, sugeriu a perda de um ponto em competição para casos de racismo. A ideia é de que o mecanismo seja incluído no regulamento do Brasileiro. Apesar da possibilidade, a proposta ainda precisa ser levada para frente e detalhada.
No CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) já existe uma previsão de perda de mando de campo e até pontos por caso de racismo. Isso só pode ocorrer em casos de extrema gravidade, como na situação dos torcedores do Grêmio com Aranha.
O artigo 243-G destaca: “Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simultaneamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida”.