Uma sindicância interna do Grêmio apura o desvio de até R$ 300 mil em eventos organizados por consulados do clube. A suspeita é de que possam ter gerado desvio de verbas pagas por torcedores gremistas em benefício de diretores.
A documentação referente à investigação acontece no clube desde 2021, quando a comissão de sindicância iniciou a apuração. Entre as supostas irregularidades, estão o vazamento de informações internas e venda de produtos do clube com valores depositados em contas pessoais.
Além disso, o Grêmio teve transações realizadas em diversos eventos realizados por consulados. Havia a exigência de pagamentos em espécie de itens como deslocamento, combustível, camisetas oficiais, despesas de hospedagem, etc.
A investigação revela que um dos diretores tinha um “caixa paralelo, uma espécie de caixa dois, sem o conhecimento do clube, onde circulavam valores em benefício próprio e de terceiros desvinculados ao clube”.
A situação acontecia em vários eventos, com pagamentos sendo realizados diretamente aos diretores. o Grêmio relata que a cobrança de valores em espécie passou a gerar constrangimentos e represálias aos que questionassem as medidas.
Somente em 2019, foram registrados cerca de 150 eventos, que geraram entre R$ 150 mil e R$ 300 mil em benefício próprio aos diretores. O clube não tomou conhecimento dos ocorridos.
Grêmio não falou sobre a investigação
Em 2023, o ex-diretor de consulados do Grêmio, Flávio Becco (um dos investigados na comissão), foi à justiça contra o clube, cobrando R$ 1,7 milhão em equiparação de salários, danos morais e outras verbas trabalhistas.
O processo aberto no início do ano corre na Vara de Trabalho da Justiça de Porto Alegre. O Grêmio ainda não se pronunciou, mas deve responder sobre os acontecimentos nas próximas semanas.