O técnico Diego Aguirre está contrariando uma decisão que havia sido tomada pela direção do Internacional. Quando o presidente Alessandro Barcellos e sua turma decidiram contratar o espanhol Miguel Ángel Ramírez, o objetivo era dar ao clube um novo modelo de jogo. Assim, o Inter teria um futebol ofensivo.
Desde que Odair Hellmann assumiu a equipe e fez um bom trabalho, o Inter passou a jogar de maneira reativa. Dessa forma, dá a bola para a adversário e aproveita os contra-ataques. Foi assim que o time terminou em terceiro no Brasileirão 2018 e foi vice da Copa do Brasil no ano seguinte.
Logo que Barcellos assumiu a cadeira de presidente, tentou implementar o novo conceito. Sua ideia era tornar a equipe ofensiva, capaz de buscar e propor jogo. Ramírez não conseguiu colocar em prática essa ideia e foi demitido. Para o seu lugar veio Diego Aguirre, técnico de ideias dinâmicas.
Entretanto, o time que jogou contra o Flamengo está bem distante de ser ofensivo. Foram usados dois volantes, Rodrigo Dourado e Rodrigo Lindoso, além Edenílson. De fato, os jogadores se sentem melhor assim: jogando de forma reativa e dando a bola para os rivais.
Aguirre aposta em modelo antigo usado por Abel e Coudet
O Inter de Odair, Abel e Coudet jogava dessa forma. No caso do time de Hellmann, o problema mesmo era quando abria o placar e ele retrancava para segurar o resultado.
Para que a direção coloque o seu plano em ação será necessário mudar a fotografia do plantel. Nesta temporada, por exemplo, Palacios foi contratado para ser ponta, mas ele não é esse tipo de jogador.
Não adianta querer um futebol propositivo sem meias criadores de jogadas, como Arrascaeta e Raphael Veiga. Então, Aguirre faz o que pode, contraria a direção e volta a jogar de forma reativa, deu certo contra o Flamengo.