Na noite desta terça-feira (7), acontecerá o primeiro turno das eleições do Internacional. Os conselheiros vão votar entre a chapa 01, de Alessandro Barcellos, e a chapa 02, de Roberto Melo. Após a primeira etapa, os sócios-torcedores terão a responsabilidade de definir o próximo presidente do clube, em 9 de dezembro.
Por conta da divisão acirrada entre os dois candidatos, um dos nomes mais tradicionais do Internacional decidiu se posicionar. Através de uma carta enviada para Alessandro Barcellos, e que também foi encaminhada à imprensa, Roberto Siegmann surpreendeu e declarou apoio ao atual mandatário do Colorado.
O ex-dirigente e conselheiro trabalhou no Beira-Rio durante 12 anos, em diferentes gestões, e ficou bastante conhecido nos bastidores. Ele entende que é o momento de dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito no Beira-Rio. Por conta disso, o profissional surpreendeu e acabou demonstrando apoio para Barcellos.
Carta de ex-dirigente do Inter surpreendeu nos bastidores
Veja abaixo, na íntegra, a carta de Roberto Siegmann:
“Diante das eleições no clube, refleti acerca da possibilidade de me abster, dúvida presente à inúmeros eleitores e, em especial, à ilustres ex-dirigentes que estiverem à frente de importantes gestões. A minha história no Internacional – 12 anos participando de gestões exitosas, inclusive à frente do futebol – me impedem de permanecer sem manifestar o meu pensamento.
Sem dúvida, também fui inspirado pelas reações do meu neto de profunda emoção na nossas vitórias, na recente Copa Libertadores da América, recordando o saudoso período em que acreditava exclusivamente no futebol blindado dos interesses, sejam financeiro ou carreiristas, de alguns. Me fez lembrar que o Internacional é perene e, portanto, exige que tomemos decisões quando o destino do nosso Colorado está sendo definido.
Conheço com profundidade o seu adversário e aqueles que o apoiam. Tive suficiente conhecimento a seu respeito, notadamente acerca da sua responsabilidade, protagonismo independente e montagem de uma equipe e comissão técnica que competiam de forma singular na Libertadores.
O futebol não é feito com lances mágicos, mas sim da continuidade e do tempo necessário para a participação em competições. Participar de forma competitiva seguramente induz à conquista de títulos. Em síntese, é preciso analisar se o que está sendo feito aponta para o crescimento técnico ou para o desmantelamento aventureiro. Acredito que a sua manutenção na presidência do Clube é o melhor caminho para a construção e reafirmação de tudo aquilo que já foi desencadeado.
No campo administrativo, a sua disposição de enfrentar definitivamente uma das principais mazelas constituída no elevadíssimo custo financeiro pelos compromissos acumulados ao longo de vários anos e diversas gestões, é animadora e aponta para um por vir de equilíbrio. A minha história no Internacional – 35 anos no Conselho e 12 anos na gestão – me impulsionam a abandonar o conforto da neutralidade e optar pelo seu protagonismo independente.
Não creio que a histórica importância do S. C. Internacional no cenário nacional e internacional possa ser refém daquele que se propõe ao papel de mero “boneco de ventríloquo”. Ambos os candidatos possuem uma trajetória no Internacional e agora é o momento de compará-las.
Assim, conclamo os sócios do Internacional, os conselheiros e os ex-dirigentes, com os quais convivi, para que adotem, baseados na franqueza e na coragem, a melhor opção, representada pela sua recente experiência à frente do Clube.
Almejo a sua vitória no pleito que se avizinha, bem como uma composição plural no Conselho Deliberativo, evitando assim as hegemonias oportunistas que servem apenas para elidir a necessária e responsável crítica. Conte comigo e entenda essa manifestação como pública“.