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Guarda Popular divulga nota, questiona imprensa e critica a Brigada Militar

Uma das principais torcidas organizadas do Internacional, a Guarda Popular publicou uma extensa nota sobre os incidentes que antecederam o clássico GreNal, adiado por conta dos ataques sofridos pela delegação gremista na chegada ao Beira-Rio.

Entre os pontos destacados pela torcida estão o isolamento de áreas tradicionais para o desembarque de torcedores, além de críticas ao trabalho da imprensa na falas sobre a participação das torcidas organizadas no clássico.

Toda vez que episódios de violência acontecem nos clássicos, o jornalismo esportivo gaúcho repete até se cansar que os grandes responsáveis são as “organizadas”, mesmo que nos episódios ao redor dos estádios, como o de ontem, as principais torcidas e seus integrantes estivessem completamente longe do ocorrido. Já passou do momento de se fazer um debate sério e responsável sobre a segurança nos estádios, com a participação dos órgãos responsáveis, dos Clubes e dos torcedores de ambos os lados, um trabalho no sentido totalmente oposto do que os jornalistas esportivos pré-históricos e elitistas tentam imputar na opinião pública.

O que ocorreu ontem não se trata de um fato isolado, quem frequenta as arquibancadas sabe muito bem que todo clássico, seja nos estádios de Porto Alegre ou no interior, são recorrentes os episódios de apedrejamento, entretanto, os responsáveis pela segurança desses eventos se recusam a entender que o trabalho que eles desenvolvem só têm estimulado todos esses casos de violência, e fomentam o que podemos notar principalmente hoje nas redes sociais, uma torcida jogando para a outra a culpa, enquanto os grandes responsáveis dão entrevistas mentirosas.

Durante os dias que antecederam o clássico, podemos ver de perto se desenhar um cenário que não parecia coerente, o cercamento da ponta do Parque Marinha do Brasil, ponto de encontro tradicional da torcida Colorada antes dos jogos. Desta forma, a própria direção do Internacional em conjunto com os órgãos responsáveis pela segurança, impossibilitaram o uso de uma grande área do parque, forçando os torcedores a procurarem outros locais, muitas vezes mais isolados, não fazendo o mínimo sentido pro isolamento controlado que se precisa para os dias de clássico.

Este mesmo espaço que foi isolado poderia ter sido utilizado para o desembarque das caravanas que vêm de outras cidades, evitando que elas se concentrassem na Edvaldo Pereira Paiva, justamente por onde a Brigada Militar resolveu passar com o ônibus do rival, enquanto um enorme contigente de policiais fiscalizava churrascos, um enorme erro (?) de logística. As constantes mudanças e inconsistência desse trabalho de segurança ao redor do estádio causam confusão nos torcedores, não sabendo por onde chegar, onde estacionar, onde desembarcar suas caravanas e até mesmo onde pode botar uma churrasqueira, falta comunicação da direção do Internacional com seus torcedores , assim como força de vontade para exigir da Brigada Militar e do Ministério Público um melhor tratamento para sua torcida.

Qualquer trabalho que busque mudança real na segurança dos clássicos precisa OBRIGATORIAMENTE passar pela discussão e revisão do trabalho da Brigada Militar, os abusos cometidos durante as escoltas são conhecidos dos dois lados, a violência teve incontáveis vítimas também dos dois lados, não é por falta de imagem ou tragédias, pois já vimos, por exemplo, brigadiano dando cacetadas em torcedores enquanto o ônibus passava, torcedor perder a visão com tiro de borracha, e chegando ao limite de assassinar um torcedor de 16 anos com dois tiros em 2015.

As direções precisam cuidar dos seus torcedores (viu Barcellos?), e parte desse dever passa por fiscalizar os trabalhos do Ministério Público e da Brigada Militar, assim como desenvolver debates com todos os atores dos jogos de futebol. Já nós torcedores não podemos cair em armadilhas que só levarão ao fim das torcidas visitantes nos clássicos e também à perseguição de nossas torcidas“.