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História do Sport Club Internacional – Completa

Com uma trajetória de glórias iniciada em 1909 pelos irmãos Poppe, o Internacional teve sua linha histórica construída antes mesmo dos eucaliptos até chegar em Yokohama em 2006.

Aqui estão os principais detalhes sobre a trajetória do Clube do Povo ao longo das últimas décadas. Os principais detalhes e aquilo que fez parte da construção do clube como ele é hoje.

1909

Os meandros históricos do Sport Club Internacional, sempre foram marcados por manifestações de suor, tijolos e livre pluralidade, sejam elas culturais, étnicas ou de nacionalidade. 

timer inter 1909
Time do internacional em 1909 – Fonte: Wikipédia Colorada

Se contrapondo ao seu maior rival, desde de o início, o clube abriu suas portas para um DNA recheado de profissionais de todas as raças, sem fazer nenhum tipo de distinção. 

Desta forma, em 1909, os irmãos Henrique, José e Luiz Poppe fundaram o colorado, com o objetivo de aceitar toda e qualquer pessoa, sócio ou atleta, independente da origem, raça ou cor da pele.

Um ano antes da chegada à capital gaúcha, os Poppe trouxeram consigo, além do gosto pelo futebol, a vontade de celebrar em um clube de portas abertas, o frescor da juventude, aliado à chance de conhecer uma nova gama de contatos sociais. 

Dentre os bastidores da origem e escolha do nome, houveram debates pelos principais valores dos irmãos Poppe, o cerne passava pela “internacionalização” do clube, para que fossem aceitos brasileiros e estrangeiros.

Após a votação que rivalizou uma disputa carnavalesca, foram divididos Venezianos e Esmeraldinos, e por maioria chegou-se pacificamente às cores vermelha e branca.

Na origem dos primeiros treinos do time, ocorriam em um terreno nas proximidades da Praça Garibaldi, até a Av. Ipiranga, entre as esquina das avenidas Érico Veríssimo e Venâncio Aires – na época, o ponto era conhecido como região da Ilhota. 

Tesourinha
Fonte: Jogadores colorados

Neste período, o clube descobriu um dos maiores nomes da história do futebol no Brasil, o craque Tesourinha, revelado em jogos sediados pela Ilhota, na chamada Liga da Canela Preta. 

Por se tratar de uma região de constantes alagamentos, o clube acabou precisando trocar sua localização, e foi para o Campo da Várzea, atual Parque da Redenção, em 1910.

Dois anos mais tarde, o clube decidiu alugar uma chácara, uma alameda que dava de frente para a rua da Azenha, na entrada da avenida José de Alencar, o local ficaria conhecido como o estádio dos Eucaliptos. Entre os anos de 1913 e 1917, o colorado foi vencedor do Campeonato Citadino, dando início a sua senda de vitórias.

1920

Durante a segunda década do alvirrubro, a equipe enfrentou imensas dificuldades que extrapolavam o eixo das quatro linhas do gramado. O período foi marcado por uma forte recessão que refletia diretamente no rendimento dentro de campo. 

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Time do internacional em 1927 – Fonte: Relíquas do Futebol

Além disso, o clube passou bem perto de fechar definitivamente. Com uma sequência de maus resultados veio a escassez de títulos, o que só agravou os problemas que aumentavam gradativamente. Uma recuperação veio somente na segunda metade dos anos 20.

Nesta época o clube foi pioneiro ao refletir a alma do chamado Clube do Povo, sendo o primeiro a contratar um atleta negro no estado do Rio Grande do Sul. 

Desta maneira, o clube elevou ao máximo sua bandeira e valores de seu DNA, após perceber no meia-direita Dirceu Alves, o destaque da Liga da Canela Preta, trazendo o atleta negro para sua equipe. O gesto serviu de impulso para que outros clubes também o fizessem. 

time inter dirceu alves
Fonte: Internacional – Site Oficial

Já no final da década, tomado por seu seu histórico aguerrido de batalhas desde de sempre, o clube venceu em 1927, o seu primeiro título estadual. Naquele momento a primeira de muitas taças do gauchão, encaminhou a chegada de novos atletas e deu início às construções de sua primeira casa. Ali, começavam os primeiros passos do nascimento do famoso Estádio dos Eucaliptos.

1930

A terceira década na vida do colorado foi marcada pela inauguração do Estádio dos Eucaliptos ocorrida em 1931. A partida de abertura do chamado “majestoso” estádio, foi o palco perfeito para o que se viu em campo. 

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Estádio de Eucaliptos – Fonte: Memória do inter

Com três gols marcados por Javel, o Inter obteve sucesso com uma goleada de 3 a 0 contra seu maior rival. A inauguração foi um prenúncio que abriria as portas para novos tempos ao colorado.  

Neste mesmo ano, a equipe realiza a sua estreia em amistoso internacional, enfrentando em Rivera, o Oriental, no Uruguai. O colorado venceu a partida por 4 a 2 e em seu horizonte, começava a enxergar novos grandes mudanças se aproximando. 

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Clube 8 de setembro na Liga dos Canelas Pretas – Fonte: Globo Esporte

Na época, o clube deu início a importantes passos em sua história, quando começou a revelar atletas oriundos da Liga da Canela Preta.

Após o título estadual em 1934, o clube do povo, de origem humilde e nas raízes da Ilhota, o clube inicia um processo diferente de remuneração, visto que os atletas já não eram mais familiares ligados ao clube e sim atletas profissionalizados, por assim dizer. 

O grupo colorado era formado por gente humilde e simples e que ajudou a fortalecer a rivalidade com seu co-irmão que era seu oposto.

1940

time inter rolo compressor
Time do inter em 1947 – Fonte: Pinterest

Em uma era formada por uma equipe altamente ofensiva, chegam as primeiras ondas de um forte coloradismo crescente, ou simplesmente, o início de tempos dourados, todo entalhado em uma longa hegemonia no futebol gaúcho, era o famoso “Rolo Compressor”. 

O período eternizou nomes como Carlitos e Tesourinha, de superioridade hegemônica no clássico Gre-Nal, destacando figuras pitorescas como Vicente Rao, responsável por cunhar o termo quando desenhava os jogadores em forma de rolo compressor esmagando seus adversários.

“Esmagar”, isto era justamente o que acontecia com todos os times que enfrentaram aquela equipe, eram comprimidos e amassados pelo colorado. A década de 40 foi um marco de supremacia estadual que alcançou a marca de oito títulos estaduais e nada menos do que o hexacampeonato gaúcho.

1950

Com o crescimento do clube em expansão, a quinta década do Celeiro de Ases ficou conhecida por ser um marco eterno na história do futebol mundial. Em seu primeiro ano, a casa do Inter teve no Estádio do Eucaliptos, o palco para a Copa do Mundo

Iugoslavia 4 x 1 México no Estádio do Eucaliptos – Fonte: Canal Felipe Nora

Para o clube, a honraria de sediar jogos da fase inicial do evento, foi histórica, o estádio recebeu duas partidas da equipe mexicana (ambas derrotas), contra a Iugoslávia e Suíça, respectivamente.

Concomitantemente, veio a continuação da equipe sensação da década passada, seus sucessores ficaram conhecidos como o “rolinho”.  

time inter rolo compressor
Time do Internacional em 1958 – Fonte: Pinterest

A herança do “Rolo Compressor”, trouxe nomes como Florindo, Larry, Chinesinho e Bodinho, a equipe foi honrada ao participar da conquista do título na Seleção Brasileira ao representar nosso país com a amarelinha. 

Em 1954, foram inesquecíveis os quatro gols de uma exuberante atuação do atacante Larry, na casa do maior rival. O espetáculo vinha novamente do “rolinho”, agora amargando a inauguração do então estádio Olímpico, quando em mais um Gre-Nal, saiu vitorioso na retumbante goleada por 6 a 2.

1960

Em sua sexta década, seguindo firme a sua senda de vitórias, o colorado agora passa a alçar voos de proporções nacionais, e passa finalmente a enxergar em seu horizonte, o ambicioso projeto de pensar “gigante”. 

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Time do internacional em 1967 no torneio Roberto Gomes Pedrosa – Fonte: Relíquias do futebol

Em 1967 o Celeiro de Ases marca definitivamente sua presença no cenário do futebol nacional, terminando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, como vice-campeão e sua primeira participação.

Enquanto isso, seguia a todo o vapor o sonho do “projeto Beira Rio”, que pouco a pouco, tijolo a tijolo, começava a sair do papel. Em nova grande campanha,  o colorado novamente bate na trave, chegando em segundo lugar no chamado “Robertão”, e assim dá os primeiros passos para a quebra da hegemonia Rio-São Paulo.

Após três décadas do “glorioso” Estádio Eucaliptos, o Clube do Povo se despede de sua casa, que não mais comporta a grandiosidade de seu tamanho, e entra em cena um Gigante, o famoso Beiro Rio. Em sua partida de abertura, a equipe colorada venceu por 2 a 1, o grande europeu da época, o Benfica de Eusébio.

1970

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Time do internacional em 1974 – Fonte: Wikipédia Colorada

Definitivamente, os anos de 1970, foram a segunda era de ouro do Clube do Povo, que agora de casa nova, às margens das águas do Guaíba, o colorado alcançava a glória máxima do futebol brasileiro, afirmando-se de uma vez por todas entre os grandes do país.  

Muito além do incentivo criado na “Campanha do Tijolo”, – onde cada torcedor trazia seu tijolinho, ajudando o clube no levante de seu novo estádio –, o colorado passou a assustar as equipes que por lá passavam. A ação elevou o status do clube, e os adversários passaram a sentir o famoso rugir do Beira Rio.

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Falcão carregando taça do Campeonato Brasileiro de 1979 – Fonte: Cachoeira do sul e região em tempo real

Nesta década o colorado levou 3 vezes o campeonato brasileiro, sendo assim campeão em 1975, 1976 e 1979, assim encerrando e conquistando o tricampeonato brasileiro enfileirando façanhas que mudaram o patamar do clube. Sagrou-se campeão sendo conhecido como o time que nunca perdeu, pois sua conquista foi de forma invicta.

A superioridade era tamanha que o Inter conquistou o octacampeão gaúcho, desfilando craques como Valdomiro, Falcão, Carpegiani e Figueroa.

A supremacia vermelha no país era tamanha, que além do Tri, o colorado ainda foi pioneiro no estado a disputar a Copa Libertadores da América, sendo o primeiro gaúcho a chegar a decisão da competição.

1980

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Time do internacional em 1984 – Fonte: GZH

Após uma década de incontáveis louros dourados, manter-se no topo foi um desafio quase inalcançável ao Celeiro de Ases, e assim vieram anos difíceis. Após a venda do ídolo Falcão ao Roma, a perda foi vista como o símbolo do enfraquecimento colorado ante a sua equipe vitoriosa.

Os anos de 1980 foram tempos de poucos títulos e vários “quases”, como no Brasileiro e Libertadores. Nas competições o colorado bateu na trave, mas revelou nomes como Cláudio Taffarel e o volante símbolo da seleção brasileira de 94, Dunga. 

Ao final da década, houve o famoso Gre-Nal do Século, eternizado como o jogo que levaria para as finais do Brasileirão de 1989. A partida foi vencida pelo colorado das glórias pelo placar de 2 a 1, com dois gols do centroavante Nilson, dando ao Inter a vaga para a Taça Libertadores da América.

1990

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Fabiano cachaça na goleada, Inter 5×2 Grêmio – Fonte: Internacional.com.br

Os anos de 1990 foram bastante complicados para o colorado, que amargou uma década quase sem títulos expressivos. 

Ao lugar das grandes competições, o Celeiro de Ases conseguiu manter a superioridade no campeonato gaúcho, vencendo partidas simbólicas como a do Gre-Nal dos 5 a 2. Com direito a um show do atacante “Uh Fabiano”, que destroçou a defesa de seu arqui rival.

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Fonte: Twitter Memória Colorada

Como única exceção à regra, do ano de 97 quando conseguiu manter uma equipe competitiva chegando as finais daquele ano, o colorado obteve ainda em um torneio disputado, um feito emblemático que brilhou mais forte a estrela de jogador Célio Silva, até hoje entalhado em sua história, batendo o pênalti que deu título da Copa do Brasil, em 1992, no Beira Rio.

Neste período, o colorado sofreu incessantes infortúnios em competições nacionais chegando ao final da década quase rebaixado. Em 1999 em uma partida tensa, o Inter foi salvo pelo gol heróico de Dunga, no final do segundo tempo contra a equipe do Palmeiras.

2000

Com os aprendizados vividos na década passada, o Inter se preparava para novamente marcar sua história na virada do século, mas desta vez, pintar a América não era o bastante, o Inter queria o mundo vestindo rubro. 

Após uma grande campanha no Gauchão de 2004, o Inter fechou a contratação de um tal Fernando Lúcio da Costa, vindo do Olympique de Marseille, na França. Assim quis o destino que o jogador desse em seu cartão de boas vindas, o histórico Gol 1.000 em Gre-Nais, este era Fernandão.

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Lance polêmico de pênalti em cima do Tinga – Fonte: UOL

Com uma equipe inicialmente treinada pelo técnico Muricy Ramalho, o colorado viveu a polêmica da “final“ de 2005, por conta de um erro crasso de arbitragem ocorrido em um pênalti não marcado em Tinga, que ocasionou em sua expulsão. 

Soma-se isto, a uma anulação de jogos “sob suspeita“ pelo STJD, acarretando na perda do título brasileiro. O fato, além de não causar abalo ao clube, deu ânimo e força a equipe que preparada, encarou de frente o que o destino traria na temporada seguinte.

Em 2006, a equipe comandada por Abel Braga, tinha nomes como Clemer, índio, Tinga, Fernandão e Rafael Sobis. No primeiro jogo, o Inter não teve medo do atual Campeão do Mundo, derrotando por 2 a 0 os são-paulinos em pleno Morumbi.

 A partida de volta foi de extremo nervosismo, o colorado novamente encarava o vencedor da competição, e mesmo a expulsão de Tinga, sagrou-se Campeão da Libertadores da América.

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Fernandão segurando o troféu do Mundial Fifa em 2006 – Fonte: oGol – AFP

No seguimento do ano, o colorado atravessou as cordéis da cidadela, dos mais longínquos rincões em busca de mais uma senda de vitórias, ao viajar Japão e enfrentar nada menos que um dos maiores times do futebol mundial, o temível Barcelona. Anteriormente a equipe enfrentou o Al-Ahli e venceu por 2 a 1, com gols de Luiz Adriano e Alexandre Pato.

Na grande final do Mundial de Clubes, a equipe de Ronaldinho e cia, foi derrotada pelo colorado, que em uma partida exuberante de Iarley, conseguiu sobrepujar o milionário Barcelona com gol de Adriano Gabiru, e finalmente pintou o mundo todo de vermelho.

2010

Nos anos que se seguiram, o colorado bateu novamente na trave, chegando ao vice-campeonato brasileiro duas vezes contra o Flamengo. No ano de 2010, conquistou novamente a América em 2010, com destaque para um dos jogos memoráveis, como a partida contra o Estudiantes, que literalmente pegou fumaça, no gol histórico de Giuliano. Além disso, o colorado ainda conquistou a Recopa, a Copa Sul Americana, ou seja, a Tríplice Coroa e ficando conhecido como o Campeão de Tudo.

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Giuliano comemorando gol da libertadores contra o estudiantes – Fonte: Globo Esporte – AFP

Após conquistar o planeta, o clube alcançou ainda conseguiu modernizar seu estádio, e mais uma vez, serviu de sede para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014. 

A década também serviu para marcar um triste episódio na sua história, quando o clube confirmou seu rebaixamento em 2016, e em 2017 disputou pela primeira vez a série B do brasileiro.