Ao longo dos anos, o Sport Club Internacional viu muitos ídolos brilharem em seu manto vermelho, mas poucos deixaram uma marca tão profunda quanto Osmar Fortes Barcellos, o lendário Tesourinha.
Neste artigo, mergulharemos nas páginas da história colorada para descobrir cinco curiosidades fascinantes sobre a vida e a carreira desse ícone do futebol gaúcho.
Origens Humildes e Apelido Marcante do Tesourinha
Tesourinha, nascido em Porto Alegre no dia 3 de outubro de 1921, teve um começo humilde. Sua infância na Ilhota, a primeira grande favela da cidade, foi marcada pela mistura de futebol e samba, elementos que também são fundamentais na história do Internacional.
O apelido “Tesourinha” não veio apenas do campo de jogo, mas também das festividades de carnaval. Um bloco chamado “Os Tesouras”, do qual Tesourinha e sua família faziam parte, deu origem a esse epíteto.
A conexão entre sua habilidade em cortar adversários com seus dribles desconcertantes e o nome do bloco tornou-se parte integrante de sua identidade futebolística.
Início no Internacional e o Rolo Compressor
A trajetória de Tesourinha no Internacional começou quando, aos 18 anos, foi descoberto jogando futebol na várzea porto-alegrense. Seu início no clube não foi convencional; o jogador, inicialmente franzino, recebeu apoio especial do Internacional.
Uma padaria próxima ao Estádio dos Eucaliptos forneceu-lhe pão e leite diariamente para que pudesse ganhar peso e se desenvolver fisicamente.
Tesourinha não apenas cresceu fisicamente, mas também se tornou uma peça vital no lendário Rolo Compressor.
Ao lado de Carlitos, Adãozinho e Villalba, Tesourinha fez parte de um dos principais ataques da história do futebol brasileiro. Sua habilidade de jogar nas pontas e sua contribuição para a supremacia do Internacional no cenário gaúcho foram fundamentais.
Sucesso de Tesourinha na Seleção Brasileira
A ascensão de Tesourinha não se limitou apenas ao cenário nacional. Em 1944, ele foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira, marcando o início de uma carreira internacional brilhante.
Sua presença nos campeonatos sul-americanos de 1946 e 1949 o colocou no panteão dos grandes jogadores brasileiros.
A formação ofensiva que Tesourinha integrou, ao lado de Zizinho, Heleno de Freitas, Jair e Ademir Menezes, foi aclamada como o melhor ataque da história da seleção brasileira.
Suas atuações, especialmente nas edições de 1945 e 1949 da Copa América, renderam-lhe o título de melhor jogador, consolidando seu nome entre os grandes do futebol brasileiro.
Transições e Desafios do Tesourinha: Vasco da Gama e Grêmio
Em 1949, ele fez uma mudança importante, transferindo-se para o Vasco da Gama. No entanto, sua passagem pelo clube carioca foi marcada por uma séria lesão que o afastou da Copa do Mundo de 1950, um evento histórico no Brasil.
A mudança para o Grêmio, em 1952, foi mais do que uma transferência esportiva. Dessa forma, ele quebrou barreiras ao enfrentar o preconceito racial existente no clube na época.
Sua contratação foi um marco, abrindo caminho para futuros jogadores negros no Grêmio e contribuindo para a quebra de estigmas no futebol brasileiro.
Legado e Homenagens ao Tesourinha
A aposentadoria do ídolo, em 1955, marcou o fim de uma carreira repleta de conquistas e desafios superados. Seu último clube foi o Nacional de Porto Alegre, onde encerrou sua jornada nos gramados.
Mesmo após sua aposentadoria, Tesourinha continuou a ser reverenciado e homenageado. O Ginásio Municipal Osmar Fortes Barcellos, popularmente conhecido como Ginásio Tesourinha, em Porto Alegre, é um tributo duradouro a esse ícone do futebol gaúcho.
Tesourinha, Uma Lenda Imortal
O legado do jogador vai além das estatísticas e títulos. Sua jornada, marcada por origens modestas, superação de desafios e contribuições excepcionais tanto para o Internacional quanto para o futebol brasileiro, faz dele uma lenda imortal.
Neste artigo, exploramos cinco curiosidades que ilustram não apenas a grandeza dele como jogador, mas também sua importância na história e na cultura do Sport Club Internacional.
Seu nome continuará a ecoar nos corações dos colorados, recordando um tempo em que o futebol ganhava vida nos pés habilidosos de um verdadeiro ícone.