Portal do colorado
Portal de Noticias do Sport Club Internacional

OPINIÃO: Apesar do bom momento, Inter precisa rever seu lado esquerdo

O empate em 0 a 0 diante do Atlético-GO no último domingo (29) ajudou a realçar o bom momento, pelo menos em números, vivido pelo Internacional.

Com dois empates e duas vitórias, o Colorado somou oito pontos nos últimos quatro jogos, aproveitamento que ainda não tinha sido alcançado nem por Diego Aguirre nem por outro treinador do Internacional nesta edição do Campeonato Brasileiro.

Mas nem tudo são flores no Beira-Rio – e as últimas duas performances mostraram isso. Contra o Dragão, o Inter talvez tenha enfrentado seu maior desafio desta sequência. Sim, teve o Flamengo e Fluminense, partidas muito boas contra adversários muito difíceis. O duelo contra o Santos também não pode ser desprezado.

Mas o time de Aguirre precisa aprender a jogar contra adversários que se defendem melhor do que atacam. E aí mora o tema principal deste texto: a má utilização do lado esquerdo com Moisés e Patrick.

Foto: Ricardo Duarte / Internacional

Juventude ou experiência?

Primeiro, vamos às aspas do técnico Diego Aguirre sobre a opção pelo lateral ex-Bahia e Botafogo.

“Moisés tem uma trajetória, são muitos jogos aqui no Inter. Eu valorizo essa experiência É bom que Paulo Victor esteja perto, esteja querendo ser outra opção. Ele entrou bem nos últimos dois jogos. Também existe a variante de que pode contribuir saindo do banco no segundo tempo. Eles estão brigando por uma posição e acho que tanto Moisés quanto PV são boas opções para jogar. Estou tranquilo que nossa lateral-esquerda esteja ‘coberta’ e sem problemas”.

De fato, Moisés (há oito anos atuando no nível profissional) possui bem mais “rodagem” que seu concorrente, que fez seu primeiro jogo nesta categoria cinco meses atrás. Porém, até onde a preferência pela vivência pode atrapalhar as escolhas de Aguirre?

A segunda partida de PV atuando como titular do Inter foi logo contra o Flamengo, tido o melhor time do Brasil. Atuação impecável do garoto. No caminho contrário, Moisés já comprometeu defensivamente algumas vezes nos últimos tempos. Talvez seja o segundo atleta mais constestado pela torcida, atrás apenas deste que vamos falar a seguir.

Ataque ou defesa?

Ao falar sobre Patrick, Aguirre utilizou essas palavras:

“O Patrick vocês conhecem melhor que eu. Vocês viram toda a sequência anterior, o que ele fez no ano passado. Um jogador muito importante que mostrou muita qualidade, sempre pode dar opções e temos que tê-lo por perto, só precisa ser mais regular. É normal, às vezes temos melhores fases, melhores momentos. Parte importante do meu trabalho é transmitir confiança aos jogadores e não mudar muito por um rendimento. E eu tento fazer isso”.

Volante de origem, Patrick é e parece que ainda será um dos homens preferidos por Aguirre pelo que pode entregar em potencial tanto defensiva quanto ofensivamente. Porém, o camisa 88 já demonstrou que o momento não é bom e que está muito abaixo do que oferece no potencial em questão.

O Inter não possui um atleta tão versátil em seu elenco que possa substituir Patrick de imediato na ponta esquerda. Mas Aguirre pode (e deve) testar novas funções, novos jeitos de jogar pelo rendimento atual deste flanco. A alternativa mais recente foi a entrada de um homem mais vertical (Caio Vidal).

No profissional, o atacante vinha jogando mais pela direita do gramado. No entanto, sua melhor fase no Celeiro de Ases foi justamente pela esquerda, onde ele pode, com o auxílio do pé favorito, puxar para o meio e oferecer mais dinamismo aos homens de frente.

E agora?

Nota-se claramente que Diego Aguirre melhorou a fase defensiva do Inter. O número de gols sofridos e as estatísticas relacionadas comprovam isso. Agora, o treinador precisa buscar soluções, planos B para circunstâncias não-favoráveis ao seu estilo reativo de jogo. Como foi o caso do último domingo.

O Colorado entra em uma “mini-temporada” de duas semanas até o jogo contra o Sport no dia 13 de setembro. O que o comandante uruguaio irá tramar até lá? Quais serão as saídas táticas? As peças atuais serão mantidas? Só nos resta aguardar.