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Os padrões ofensivos do Internacional de Mano Menezes

Mano Menezes chegou ao Inter e vem implementando seu trabalho aos poucos. Com mais semanas livres para trabalhar, melhora o rendimento e os jogadores entendem mais o seu modelo de jogo aplicado.

Apesar da falta de eficiência em gols, a equipe consegue criar diversas chances. Aqui, vou mostrar alguns padrões ofensivos da equipe do Inter: quais são os objetivos e intuitos de tais jogadas, quais são as variações e como ataca. Abaixo, está o vídeo feito para o canal parceiro: Tática Didática.

VARIAÇÕES NA SAÍDA DE BOLA

A equipe colorada possui duas variações na saída de bola, em 1º e 2º fase de construção, com objetivos semelhantes, mas ao mesmo tempo diferentes. A primeira é uma saída mais sustentada (maior número de jogadores no próprio campo), ela se caracteriza por ter os defensores e os volantes próximos, sendo uma saída 4+2.  Por vezes, Edenílson e David descem para gerar apoio e, assim, haver mais opções próximas de passe, mantendo a posse da bola.

A outra saída, é quando um dos volantes desce entre os zagueiros, para gerar superioridade numérica na 1ª fase de construção. Edenílson se desloca para ficar ao lado de De Pena, auxiliando-o na construção, assim, chamamos de uma saída em 3+2.

Ambas tem como objetivo a superioridade numérica e a atração de jogadores adversários, até por isso que por vezes, o passe de retorno para o zagueiro ou goleiro é de extrema importância para atrair os oponentes para conseguir jogar nos espaços vazios (principalmente nas costas dos volantes adversários).

COMO ATACA

O Inter possui diferentes formas de atacar e isso varia dependendo do contexto do jogo e da equipe. Pode jogar curto, mantendo a posse ou em ligação direta para o centroavante, porém a principal forma de atacar, é o ataque rápido – buscando os espaços vazios. Na maioria das vezes, busca jogar pelos corredores laterais, gerando triangulações e trocas de posição (meia/volante/lateral/atacante). O objetivo é atrair o adversário, abrir espaço no entrelinhas ou nas costas da última linha defensiva.

David vem sendo o centroavante titular e tem como função ajudar na construção, saindo da sua zona e baixando no campo para gerar jogo. Porém, a grande função que ele exerce, além de servir de pivô, é atrair o oponente e gerar espaço às costas, onde o Inter sempre busca atacar.

A superioridade numérica, vantagens para si ou companheiro e gerar espaços, são os principais objetivos de Mano Menezes no comando colorado. Sempre quando há um espaço vazio, o jogador busca atacá-lo e a equipe progride com velocidade e sendo vertical. 

Mano implementa um jogo de inversões. O que significa isso? Basicamente, a equipe começa construindo do lado direito, por exemplo, e busca terminar a jogada no corredor oposto. O balanço (direita – esquerda ou direita – meio – esquerda) é fundamental para as construções da equipe. Há três jogadores fundamentais para o funcionamento dessas jogadas: Fabricio Bustos, De Pena e Edenílson. 

  • Bustos, pela qualidade que tem em fazer o passe fora-dentro, onde ele esconde a intenção do passe e acha um passe no entrelinhas adversário.
  • Edenílson, pela qualidade nas diagonais longas, invertendo para os corredores opostos e sua infiltração em espaços. 
  • De Pena, pelos deslocamentos no campo e sendo vertical e agressivo nos passes, em conjunto com ótimas tomadas de decisão.

Além disso, atacar e ter uma área densa, com 4 a 6 jogadores é primordial para a equipe de Mano. Wanderson e Bustos abertos, David como o centroavante se deslocando para gerar espaço as costas, Alan Patrick e Edenílson no entrelinhas e ainda, em algumas ocasiões, De Pena chegando de trás.

É assim que a equipe colorada busca atacar, tendo como intuito, os espaços, as vantagens e a superioridade numérica. Assim, a equipe se torna flexível em relação ao adversário e consegue criar diversas chances, porém falta ser mais efetivo na frente do gol.