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Por que o saci é o mascote do Internacional?

O Dia do Saci é celebrado em 31 de outubro, desde 2003. O objetivo é resgatar o folclore brasileiro, em contrapartida ao Dia das Bruxas, que acontece na mesma data, mas que é “importado” dos Estados Unidos. Por falar nisso, por que o Saci é o mascote do Internacional?

Em primeiro lugar, é difícil saber com exatidão quando a lenda do Saci-Pererê foi criada. De fato, o nome vem da etimologia indígena, sendo que o mito provavelmente surgiu durante o período colonial. A lenda envolve um jovem negro que possui uma perna só, com seu tradicional cachimbo, que apronta várias confusões.

O personagem ganhou fama nacional no começo do século XX, com o escritor Monteiro Lobato lançando a obra “O Saci-Pererê: Resultado de um Inquérito”. Além disso, esteve presente em “Sítio do Picapau Amarelo”, que foi adaptado para a televisão e transmitido por anos.

No site do Internacional há um relato sobre o surgimento do mito. Conforme a página oficial do Colorado, surgiu em tribos indígenas do Sul do Brasil, principalmente na Região das Missões, no Rio Grande do Sul. A falta de uma perna teria sido incrementada na história pelos escravos africanos, sendo que o membro foi perdido “jogando capoeira”, conta o site do clube gaúcho.

O Inter foi fundado em 1909 e curiosamente, no mesmo ano a compositora Chiquinha Gonzaga lançou a marchinha “O Saci-Pererê”. Nas décadas seguintes Monteiro Lobato e Ziraldo ajudaram a popularizar as histórias do menino nego, de uma só perna e brincalhão.

Por que o Saci é o mascote do Internacional?

A imprensa esportiva do Rio Grande do Sul, durante a década de 1950, começou a comparar o Internacional com o personagem folclórico. Naquela época o clube abria suas portas aos negros, algo que não era comum em outros times brasileiros, praticamente com exceção do Vasco da Gama.

“Não há como dissociar a história do Internacional do seu mascote, o Saci-Pererê. Ambos cresceram e se desenvolveram juntos. O Internacional foi fundado em 1909, e nove anos depois Monteiro Lobato publicava o livro “O Saci-Pererê: resultado de um inquérito”, no qual colheu depoimentos de leitores do jornal Estado de S. Paulo para transformar a história oral da lenda do saci em história escrita”, destaca o site do Internacional.

A figura aparecia de uma forma extraoficial. O Saci é um jovem malandro, que consegue enganar as pessoas e fazer travessuras, muito parecido com o Internacional do Rolo Compressor. Tanto que em 1960 a segunda revista do clube foi chamada de “O Sacy”, com o personagem presente em vários materiais confeccionados pelo clube.

Rentería e suas comemorações imitando o mascote

Wason Libardo Rentería Cuesta, foi contratado pelo Internacional em 2005, após uma passagem destacada pelo Boaycá Chicó, da Colômbia. E foi um dos destaques do Colorado no segundo turno do Brasileirão 2005, que só não resultou em taça para o time por erros de arbitragem e jogos anulados.

Em seu primeiro ano de Beira-Rio, ele comemorou alguns gols imitando o Saci. No dia 26 de março de 2006, marcou o quarto gol na vitória por 6 a 2 contra o São José, pelo Gauchão, pegou um gorro vermelho e saiu pulando com uma perna só. Além disso, ainda colocou um cachimbo na boca e encantou os torcedores.

O jogador foi muito importante naquela campanha, que culminou em título da Libertadores, o primeiro da história do Inter. O atacante teve um papel de destaque na fase de grupos e nas oitavas de final, contra o Nacional. E até hoje seus lances continuam vivos na memória dos colorados.

Foto: divulgação / Internacional

Saci foi oficializado mascote do Inter apenas em 2016

Só que demorou muito tempo para que a direção oficializasse esse mascote, o que aconteceu apenas em 2016. Então, o Saci passou a fazer parte do estatuto do clube, dando um novo status ao que a torcida já reconhecia há décadas.

A partir disso, ele passou a representar o Clube do Povo em partidas e eventos. Desde então, o mascote colorado começou a ser visto com mais frequência nas arquibancadas do Beira-Rio, comemorando com a torcida e com os jogadores as conquistas do Clube do Povo.

Foto: divulgação / Internacional