O Internacional iniciou a preparação para encarar o Bolívar, na próxima terça-feira (22), às 19h, em La Paz, a 3,6 mil metros acima do nível do mar. O confronto válido pela ida das quartas de final da Copa Libertadores pode trazer diversas dificuldades para o time de Eduardo Coudet e a altitude surge como a principal preocupação para que a equipe faça uma boa atuação.
Para entender as dificuldades enfrentadas pelo Inter na altitude, a GaúchaZH foi ao Laboratório de Performance em Ambiente Simulado do Departamento de Desportos Coletivos do Centro de Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O local dispõe de dois equipamentos que simulam os efeitos de estar a muitos metros acima do nível do mar.
O experimento contou com a presença de um atleta parado, apresentando 68 batimentos por minuto e 99% de saturação de oxigênio no sangue. Em uma simples caminhada, os batimentos ficaram na média de 115 e a saturação praticamente não se alterou. Ao aumentar para corrida leve, os batimentos subiram para 155 e a saturação permaneceu igual.
Após um tempo de repouso, a “cobaia” do experimento colocou a máscara de simulação de altitude regulada para 3,6 mil metros. Mesmo parado, os batimentos foram para 112 e a saturação caiu para 92%. Ao caminhar, os batimentos variavam entre 125 e 137 com 77% de saturação. Depois de descansar, uma leve corrida elevou os batimentos para 180 e saturação variando entre 70% e 75%.
Durante o teste, foi possível notar diversas diferenças e que acabam interferindo na capacidade física de quem costuma praticar esportes. “É muita diferença. Durante a corrida dá para perceber a questão da respiração aumentando. Dá meio que uma sensação de desespero, não vinha o ar basicamente”, relata a pessoa que foi testada no experimento.
Internacional terá problema sério na altitude
O professor do Laboratório de Santa Maria afirmou que a queda de oxigenação no sangue é o principal problema. A questão deve atrapalhar o Internacional e surge como uma desvantagem na altitude, já que os bolivianos estão acostumados com a questão e não vão sentir tanto quanto os jogadores do Clube do Povo.
“A queda do consumo de oxigênio é a variável que mais afeta o desempenho. A disponibilidade de oxigênio dentro do corpo cai muito. De valor normais de 98%, mesmo em velocidade e intensidade muito baixas, chegamos a constatar 70% de saturação. Baixa o rendimento e não há o que fazer”, explicou Luiz Osório Cruz Portela.