Nesta quarta-feira (16), a 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro anulou os processos envolvendo o ex-dirigente do Inter, Carlos Pellegrini, que exercia a função de vice-presidente na gestão de Vitorio Piffero. O envolvido respondia por processo de estelionato e formação de organização criminosa.
A questão estava tramitando desde 2019 e, agora, o ex-dirigente finalmente ficou livre das denuncias do Ministério Público. Outras cinco pessoas denunciadas também se livraram. A decisão foi assinada pelo juiz Ricardo Petry Andrade, que alegou a necessidade de uma pessoa física afirmando a indução ao erro no caso. O MP ainda deve recorrer.
Segundo o magistrado, não existiu “alguém” executando a denúncia, mas sim a administração do Internacional. Desta forma, descaracteriza o crime previsto no artigo 171 do Código Penal. O pedido do anulamento da denúncia partiu justamente da defesa dos seis réus. Além de Carlos Pellegrini, os empresários Rogério Braun, Giuliano Bertolucci, Fernando Otto e Carlos Alberto Fedato faziam parte do processo. Além deles, o lateral-direito Paulo Cezar Magalhães.
Como ocorreu o caso no Internacional?
As investigações partiram do Ministério Público no ano de 2019, quando apontaram pagamentos de propinas que teriam sido feitos pelos empresários envolvidos nas transações dos jogadores Ariel, Cláudio Winck, Paulo Cezar Magalhães e Réver. Os movimentos partiram do vice de futebol do clube, Carlos Pellegrini, em valores que chegariam a R$ 94 mil.
Segundo a apuração do MP, os empresários envolvidos abasteceram a conta de Pellegrini com depósitos e transferências bancárias que variavam de R$ 5 mil a R$ 20 mil. As transações ocorreram dias depois de as definições serem concretizadas. Conforme o caso apurado, o pagamento ao dirigente ficou conhecido como “pedágio” e tem certo sucesso no meio do futebol.
O desvio das quantias financeiras pode ter tido relação direta com o desempenho do Internacional dentro de campo. As ações de Carlos Pellegrini geraram problemas nos bastidores. Desta forma, a equipe acabou sendo rebaixada no último ano da gestão do presidente Vitorio Piffero.