Thaigor Janke: Entenda a operação financeira realizada pelo Inter para pagar os vencimentos atrasados

Ao todo, a direção devia aproximadamente 10 milhões de reais para o grupo de jogadores, pelos meses de direitos de imagem atrasados. Após a recusa dos atletas em treinar pela manhã, rapidamente houve a transferência do pagamento de duas parcelas (aproximadamente 7 milhões de reais no total), o que aliviou o ambiente e fez com que as coisas retomassem a normalidade. Mas de onde a direção tirou tanto dinheiro, tão rápido?

A explicação do vice de futebol Emílio Papaléo Zin, após a vitória contra o Bragantino, é uma meia verdade. De fato, foi um detalhe burocrático que fez com que o Inter não pagasse o valor até a terça-feira a noite, gerando o protesto. Entretanto, este detalhe burocrático era, justamente, uma operação financeira realizada pelo clube. Um empréstimo junto ao banco, para antecipar receitas e quitar este valor devido.

O Inter já trabalhava para obter este empréstimo há alguns dias. A expectativa era que o valor fosse depositado para o Inter entre terça e quinta-feira. Quarta-feira de manhã, a burocracia ainda não havia liberado o pagamento. Em meio a isto, vieram os protestos do grupo. Com isto, a direção buscou a antecipação (metade pela manhã e metade pela tarde) de 7 milhões de reais, junto a Globo, empresa que paga ao clube pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Este dinheiro já estava comprometido com o pagamento da folha salarial, no quinto dia útil de junho, mas foi transferido para o pagamento da dívida de direito de imagem. Pagamento este, feito já na quarta-feira.

Mas e os salários, como foram pagos? O buraco deixado pela antecipação de receita do Inter foi coberto pelo empréstimo. Que enfim, foi liberado na quinta-feira. Todos os jogadores já receberam em suas contas do Banrisul, o valor do contrato de CLT referente ao mês de junho. Restando apenas um débito: a última parcela de imagem atrasada. Isto deverá ser quitado até o próximo mês.