Em 2016, quase sete anos atrás, o técnico Tite, que na época treinava o Corinthians, lançava sua biografia escrita pela jornalista Camila Mattoso, onde fez revelações importantes sobre a carreira do comandante. Conhecido como sereno e íntegro, Tite não fugiu de polêmicas, nem mesmo as mais delicadas, como a que teve com o ídolo do Inter, D’Alesandro.
Tite e D’Alessandro tiveram um bom relacionamento, pelo menos no início, sendo campeões da Sul-Americana de 2008. Na temporada seguinte a relação entre os dois sofreu algumas crises. Após enfrentar a LDU, em Quito, pela Recopa, quando sofreu uma derrota de 3 a 0, o técnico Tite contou que quase chegou às vias de fato com D’Ale.
“Teve um problema e depois teve outro. Não sei dizer qual é qual. Mas aconteceu de terem que nos segurar. A relação ficou muito conturbada e não havia mais jeito”, contou Tite. Miro Bacchi, irmão do treinador, confirmou a situação: “O Clemer segurou meu irmão e o Índio segurou o D’Alessandro”, disse durante entrevista ao UOL na época.
Outro episódio negativo envolvendo o jogador foi citado por Tite. Durante o intervalo de uma partida contra o Botafogo, no Rio de Janeiro, em que o Colorado era derrotado por 2 a 0, D’Alessandro foi informado que seria substituído e ficou bravo, tirando a concentração da equipe durante as instruções.
“Eu passava as informações e ele ficava atrapalhando. Se tivesse feito algo mais enfático, a gente ia brigar. Falei para os outros jogadores prestarem atenção em mim. E falava para ele: ‘Vai para o banho, que vai entrar outro’”, explicou o treinador.
O argentino, hoje ídolo do Internacional, chegou a ser afastado pela comissão técnica sob a alegação de que precisava aprimorar a condição física. Por isso, ficou de fora da viagem ao Japão, onde o Colorado conquistou a Copa Suruga, em agosto de 2009. No mesmo ano, Tite saiu e Mário Sérgio assumiu a equipe e D’Alessandro voltou a jogar bem.
Passagem de Tite pelo Internacional
Tite começou sua carreira como treinador em 1990, comandando o Guarany, do Rio Grande do Sul, um ano depois de ter encerrado sua carreira como jogador pelo Guarani de Campinas. O técnico rodou bastante antes de chegar ao Internacional.
Antes de chegar ao Beira-Rio, Tite treinou o Guarany, Caxias, Veranópolis, Ypiranga, Juventude, Grêmio, São Caetano, Corinthians, Atlético-MG, Palmeiras e Al Ain, da Arábia. Em 2008 chega ao Internacional muito contestado pela torcida.
Parte da torcida Colorada não via com bons olhos a chegada de Tite, mais pela passagem que o treinador teve no maior rival, no Grêmio, onde comandou entre 2001 e 2003, onde foi campeão do Campeonato Gaúcho e da Copa do Brasil.
Comandando o Internacional, Tite levou o time ao sexto lugar do Campeonato Brasileiro e conquistou o título da Copa Sul-Americana, eliminando o Grêmio e o Boca Juniors, vencendo o Estudiantes, da Argentina na decisão.
Em 2009 foi campeão Gaúcho vencendo o Grêmio na final e da Copa Suruga, disputada no Japão. Além de ter ficado com o vice da Copa do Brasil ao perder para o Corinthians, Tite também foi vice da Recopa Sul-Americana com o Internacional.
Depois de ter um ótimo começo de Campeonato Brasileiro, terminando em primeiro lugar no primeiro turno da competição, na segunda etapa o treinador não conseguiu manter o ótimo trabalho, tendo oscilações com derrotas para equipes menores que resultaram em sua demissão antes do fim do Brasileirão. Foram 109 jogos comandando o Internacional, com 58 vitórias, 24 empates e 27 derrotas, com um aproveitamento de 60,55%.