Técnicos do Internacional: Os principais comandantes colorados
O Internacional teve diversos técnicos ao longo de sua vitoriosa história, alguns conseguiram marcar seus nomes, enquanto outros foram esquecidos pelo tempo. De fato, as conquistas ajudam a garantir uma vaga no hall de principais, ainda mais se for algo de expressão, aliás, alguns não precisaram de muito para ganhar seu espaço.
O Colorado é o único time do Brasil a vencer o Brasileirão de maneira invicta, algo que parece inatingível na era de pontos corridos. A vitória sobre o Barcelona, de Ronaldinho Gaúcho, é outro fato que merece destaque. Nestas conquistas, sempre houve um técnico no banco, fazendo os jogadores acreditarem, mesmo quando parecia impossível.
Abel Braga, Rubens Minelli e Ênio Andrade, provavelmente, são os maiores expoentes quando falamos sobre os comandantes históricos do Internacional. Cada um deles em sua época, contribuíram com capítulos inesquecíveis dessa história que vem sendo escrita desde 1909.
Abel Braga: campeão da Libertadores e do mundo
Ninguém dirigiu o Internacional mais vezes do que Abel Braga! Foram sete passagens pelo Beira-Rio, totalizando 340 jogos, com 189 vitórias, 82 empates e apenas 69 derrotas. Isso representa 63,63% de aproveitamento, o quarto maior índice entre os sete primeiros colocados.
A história de Abel Braga com o Internacional poderia ser dividida em vários capítulos. O treinador bateu na trave três vezes em uma conquista nacional. O Colorado foi vice do Brasileirão em 1988, 2006 e 2020. Na carreira, Abelão venceu o Campeonato Brasileiro pelo Fluminense, em 2012.
Abel conquistou duas vezes o Gauchão dirigindo o Inter, a primeira delas em 2008 e a segunda em 2014. O primeiro veio com aquela goleada histórica de 8 a 1 e três gols de Fernandão. Enquanto o segundo, também com goleada, foi conquistado sobre o Grêmio, em uma final que acabou 4 a 1 para o Inter.
Abel Braga marcou seu nome na história do Internacional em 2006. A equipe vinha se estruturando desde o começo da era Fernando Carvalho, em 2002 e atingiu a maturidade nesta temporada. Na Libertadores uma campanha impecável, que terminou com o título diante do São Paulo, com direito a vitória por 2 a 1 no primeiro jogo realizado no Morumbi.
O ano seria fechado com chave de ouro após a vitória com gol de Adriano Gabiru sobre o Barcelona. Poucos ousavam sonhar que o time de Porto Alegre derrotaria a equipe do melhor jogador do mundo, Ronaldinho Gaúcho. Mas, com Abel no banco, a equipe gaúcha superou o campeão europeu e pintou o mundo de vermelho!
Rubens Minelli revolucionou na década de 1970
Rubens Minelli dirigiu uma das melhores gerações do Internacional, um time que contava com Manga, Carpegiani, Figueroa e Falcão. Durante a década de 1970 ele era tratado como um treinador à frente do seu tempo, que conseguia encontrar soluções variadas a cada jogo.
Foram cinco títulos pelo colorado, um tricampeonato gaúcho, entre 1974 e 76, além dos Brasileiros de 1975 e 76. Diferente de outros treinadores que voltaram no futuro, essa foi a sua única passagem pelo time do Rio Grande do Sul. Dois anos inesquecíveis para a torcida.
Sob o comando do Inter, ele foi um dos primeiros a treinar jogadas ensaiadas. Foram 154 vitórias e 44 empates, nas 217 partidas em que dirigiu o clube do povo. Embora o tempo tenha sido curto, foi o suficiente para conquistar a torcida e mostrar suas inovações.
Ênio Andrade: um dos técnicos que mais brilhou pelo Internacional
Ênio Andrade é um dos técnicos mais lembrados pela torcida do Internacional. Foram quatro passagens pelo Colorado, entre 1979-80, de 1987 até 88, 1990-91 e por último em 1993. Contudo, apenas a primeira delas resultou em taça para a galeria do Beira-Rio.
Seu nome ficou marcado para sempre na história do colorado pelo tricampeonato brasileiro, conquistado em 1979 e de maneira invicta. Não era mais o mesmo time bicampeão anos antes com Minelli. Craques deixaram Porto Alegre e novos jogadores foram contratados.
Em 79 o Inter fez um Gauchão decepcionante e a direção sabia que precisava dar uma nova cara ao time. Ênio Andrade foi o escolhido, por já conhecer o ambiente, onde havia jogado na década de 1950. No ano seguinte, por pouco não deixou o clube ainda mais conhecido, o Inter foi vice da Libertadores para o Nacional, do Uruguai.
Francisco Duarte Júnior (Teté) e o “rolinho compressor”
Teté dirigiu o Internacional entre 1950 e 1957, um recorde para a época, ainda mais porque as equipes costumavam mudar de treinador todos os anos. Neste período ergueu a taça do Gauchão três vezes consecutivas, entre 51 e 53 e novamente em 55.
Um fato que marcou sua passagem foi a vitória por 6 a 2 contra o Grêmio no Olímpico, foi o primeiro GreNal vencido pelo Colorado na casa do adversário. Para piorar, era a inauguração da antiga casa deles, que foi saudada com quatro gols de Larry.
Teté foi treinador do Internacional em 337 partidas, com 215 vitórias e 57 empates. O time tinha Bodinho, Salvador, Odorico, Paulinho e Luizinho entre os destaques, além é claro de Larry.
Dino Sani ajudou a montar o esquadrão da década de 70
Dino Sani venceu quatro edições do Gauchão pelo Internacional. Assim, é um dos técnicos mais vitoriosos do clube. Foram três na década de 1970 e mais um em 1983. Aliás, ele é o quarto que mais dirigiu o Inter, com 271 partidas na casamata colorada.
Ele foi o responsável por lançar os craques Falcão e Paulo César Carpegiani. Dino Sani foi um dos principais responsáveis pelo bicampeonato brasileiro de 1975 e 76. Embora não fosse mais o treinador na época, ele deu um padrão de jogo e ajudou a formar o time.
Cláudio Duarte: o salvador de 2002
Cláudio Duarte treinou o Internacional em cinco oportunidades. Nestas passagens, ganhou o Gauchão quatro vezes. Além disso, salvou o Colorado do rebaixamento no Brasileirão de 2002. Antes, em 1990, também brigou contra a queda e manteve o time na elite.
Cláudio Duarte teve 306 como técnico do Internacional, com 167 vitórias e 84 empates, o que dá excelentes 63,72% de aproveitamento. Além de técnico principal, ele foi supervisor técnico em 1979 durante o título Brasileiro invicto, assim como em 2003 foi diretor técnico durante o Gauchão.
Dentro de campo foi lateral-direito, um dos principais do país durante a década de 1970, ganhando as edições de 1975 e 76 do Brasileirão. Contudo, sofreu com muitas lesões e teve sua carreira encerrada antes do previsto.
Antônio Lopes foi campeão da Copa do Brasil pelo Inter
Antônio Lopes é um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro e deu sua contribuição ao Internacional. Foram duas passagens pela casamata colorada, a primeira delas em 1992 e a segunda em 1994.
Em 1992, o Colorado faturou dois títulos: o Campeonato Gaúcho e a Copa do Brasil. Foi uma campanha sensacional, passando por Corinthians, Grêmio e Palmeiras, até superar o Fluminense na decisão, com um gol de Célio Silva, aos 43 do segundo tempo.
Tite: da Copa Sul-Americana aos vices de 2009
Tite é um daqueles treinadores que ganha títulos por onde passa. E foi assim no Internacional, onde trabalhou entre junho de 2008 e outubro de 2009. Assumiu um time em transformação, levando ao 6º lugar no Campeonato Brasileiro, era uma equipe que contava com novas lideranças, como D’Alessandro e Guiñazu.
Se hoje o clube do povo é conhecido por “campeão de tudo”, isso se deve às conquistas de Tite. Em 2008 veio a inédita Copa Sul-Americana, a primeira vez que um clube brasileiro conquistou o torneio. Primeiro o Colorado ganhou fora de casa com um gol de Alex e na volta precisou da prorrogação para Nilmar garantir a taça.
Tite foi um dos principais técnicos do Internacional e poderia ter sido muito mais. O 2009 dele e da equipe foi cheio de altos e baixos, a equipe venceu a Copa Suruga e o Campeonato Gaúcho, mas os vices da Copa do Brasil e da Recopa prejudicaram o trabalho.
O técnico deixou o Colorado em outubro, quando o título brasileiro parecia distante. Mas, graças ao belo trabalho de Mário Sérgio, a briga seguiu até a última rodada e terminou com mais um vice-campeonato.
Os primeiros técnicos do Internacional
José Poppe foi o primeiro treinador do Internacional, em 1909. Em seguida, o cargo foi ocupado por Carlos Kluwe e Horácio Carvalho, que dirigiram a equipe até 1915. Aliás, Kluwe voltou a ser o treinador do Inter entre 1919 e 1921.
Nos primeiros anos de história, o time gaúcho foi comandado pelo capitão da equipe, isso seguiu até 1922. José Luís Godolfim foi o primeiro treinador colorado não-jogador. Ele foi campeão do Citadino de Porto Alegre, o sétimo título da história do alvirrubro.
Em 1990 o Internacional teve seis treinadores, esse é o recorde histórico do clube, em relação ao número de comandantes numa única temporada. Foram eles:
- Cláudio Duarte;
- Ernesto Guedes;
- Levir Culpi;
- Valdir Espinosa;
- Orlandi Bianchini;
- Ênio Andrade.
O Inter teve 15 treinadores estrangeiros até 2021, Miguel Ángel Ramírez foi o terceiro europeu a dirigir o time do Beira-Rio. Fora o Brasil, o Uruguai é o país que mais forneceu técnico ao Internacional: foram 6.