O lateral Rafael Ramos, do Corinthians, foi indiciado pela Polícia Civil de Porto Alegre por conta do caso de injúria racial contra o volante Edenilson, do Internacional. O inquérito foi enviado nesta segunda-feira ao Ministério Público, que vai decidir se dará seguimento na Justiça.
Segundo o jornalista Jeremias Wernek, que conversou com o delegado Roberto Sahagoff (titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre), ele usou o testemunho dado por Edenilson após o jogo para realizar a ação contra Rafael Ramos.
A justiça entende que o depoimento tem força relevante e em outros casos a palavra da vítima já foi usada como prova. Há indícios de injúria racial, embora a perícia, feita pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), tenha sido inconclusiva.
Ainda é possível que o caso siga com novas diligências nas próximas semanas. Em resposta aos ocorridos recentes, a defesa do Corinthians, comandada pelo advogado Daniel Bialski, entrará com um requerimento para cancelar o indiciamento do jogador.
O clube também vai entrar com uma representação contra o delegado do caso na Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul para apurar “abuso de autoridade e o excesso”.
O caso entre Edenilson e Rafael Ramos
Edenilson acusou Rafael Ramos de racismo durante a partida entre Internacional e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) foi responsável por analisar as palavras proferidas à pedido da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre.
Segundo nota divulgada pela IGP, não foi possível identificar as palavras que foram proferidas por Rafael Ramos. A entidade justificou a situação explicando que a maioria dos gestos que compõe a fala dele ocorre na “porção interna da cavidade oral”.
Edenilson se irritou com o resultado e realizou protestos nas redes sociais. O jogador se manifestou e mudou o nome de sua conta no Instagram para “macaco”.