O técnico Cuca já viveu momentos conturbados durante a sua passagem pelo Grêmio. Isso porque o treinador participou da campanha de 2004, que culminou no rebaixamento do Tricolor para a Série B. Entre atrasos de pagamentos, atos de indisciplina e derrotas, o comandante lidou com um ambiente difícil de ser corrigido nos bastidores.
O profissional foi o terceiro treinador da equipe gaúcha naquela temporada. Adílson Baptista começou o ano, enquanto Luiz Plein assumiu em junho. Cuca chegou em setembro e já estava lidando com um ambiente complicado nos bastidores. Quando foi anunciado, o Grêmio tinha oito derrotas consecutivas na disputa do Campeonato Brasileiro.
Ao todo, foram 11 partidas no comando do time, sendo nove pelo Brasileirão e duas na Copa Sul-Americana. O treinador conquistou apenas três vitórias, com um empate e sete derrotas. Por fim, apenas 45 dias depois de assumir o time, pediu demissão com a equipe na lanterna.
Entre os principais problemas, Cuca teve que lidar com a indisciplina dos jogadores e a falta de pagamento. Dois atletas estavam afastados do grupo por terem cometido excessos: Rico e Luciano Ratinho. Antes do afastamento, ambos foram jogar uma partida entre amigos – sem autorização do clube – no Parque Marinha do Brasil.
Cuca teve que lidar com ambiente insustentável no Grêmio
De acordo com informação do atacante Claudio Pitbull, em entrevista ao jornal Correio do Povo no ano seguinte, os atos de indisciplina eram frequentes. “Eu já vi muita coisa, mas como aconteceu naquele ano, nunca tinha visto”, disse. “Havia muita impunidade, porque a direção não poderia cobrar. Até porque não pagavam o salário corretamente”, completou.
O Grêmio estava em crise financeira por conta do rompimento com a empresa ISL. O clube chegou, inclusive, a sofrer ameaça de corte de luz no Olímpico por conta de falta de pagamentos à CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica). A folha de pagamentos atrasava em praticamente todos os meses e os processos trabalhistas se repetiam.