Ex-presidente do Inter, Vitório Piffero, e seu colega de diretoria, Pedro Affatato, foram condenados à prisão nas últimas horas. Ambos estão respondem por estelionato, organização criminosa e, no caso do segundo, lavagem de dinheiro. Os dois dirigentes, que comandaram o Colorado entre 2015 e 2016, foram julgados na última segunda-feira (4) pela Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
Piffero pegou uma pena de pouco mais de 10 anos, somando os dois crimes, em regime fechado. Affatato foi condenado a quase 20 anos pelos três crimes. Eles ainda podem recorrer da decisão do juiz. Além deles, também foram condenados vários empresários dos ramos da construção civil e da contabilidade que participaram do esquema. De acordo com as investigações, mais de R$ 13 milhões foram desviados dos cofres colorados na época.
A sentença divulgada, que envolve o núcleo de obras da investigação, é a primeira que tem relação com a gestão de Piffero no Inter. Outras, que tratam do futebol e de outros aspectos do clube, ainda tramitam na Justiça e devem ter um resultado em breve. Diante disso, o tempo de condenação ainda deve aumentar para o ex-dirigente do Colorado.
As investigações do Inter e do Ministério Público indicam que o clube, durante a gestão de Piffero, gastou cerca de R$ 9,9 milhões em obras dentro do complexo Beira-Rio. No entanto, as construções não foram encontradas nas investigações. Além disso, foram confirmados saques feitos no mesmo período, chegando ao valor de R$ 18 milhões na tesouraria a título de adiantamentos – parte deles sem comprovação da despesa.
Advogado de Vitório Piffero se manifesta sobre condenação
A Correio do Povo entrou em contato com as defesas dos dois responsáveis. O advogado Nei Breitman, que responde por Vitório Piffero, confirma que saiu a sentença, porém não foi intimado e ainda não teve tempo de conhecer a sentença do juiz com maiores detalhes. Ele disse que se manifestará em breve. Os advogados de Affatato não responderam os contatos.